logo

Cap. 47

Ilustração com um fundo preto no o qual, ao centro, está uma carroça em chamas sobre um chão amarelo. Na lateral da carroça está uma porta, na cor laranja. Há seis silhuetas de cobras estilizadas na cor laranja, perfiladas na vertical, sendo três à direita da porta e três à esquerda.

Tendo tomado sua decisão, o indígena dá um passo para o lado e sente sua bota atolar em algo mole que exala um cheiro podre que o incenso não consegue mais esconder. Olhando para baixo ele vê que esteve andando sobre carcaças não digeridas, por isso o cheiro conhecido.

São carcaças com mordidas grandes demais para terem sido feitas por aquelas cobras ou pela mulher. Nem dá tempo para elaborar a pergunta sobre o que teria feito aquilo pois despencam sobre ele seis metros de uma píton-real, que esclarece sua dúvida ao mesmo tempo que começa a envolvê-lo e apertá-lo.

Com o xerife hipnotizado e prestes a ser envenenado, o indígena sabe que não terá ajuda para escapar. A cobra se aproxima com seus olhos escuros e seu hálito funéreo. Se ao menos ele conseguisse alcançar a faca em sua cintura, mas ela já está debaixo de várias camadas de escamas.

Enquanto isso, as serpentes de Venim preparam seu bote. Com um sorriso de canto de boca, ela se despede de seu invasor: — Au revoir ma ché...

A explosão do canhão de Balestro espanta a píton, que abandona o indígena inerte no chão. Venim e as serpentes também se espantam com o estrondo, mas o choque vem mesmo quando percebem que o xerife não está mais em transe.

Com a visão ainda embaralhada, Wayne vê duas Venim e cinco cobras. Sem tempo para conferir todas as imagens, ele dispara o mais próximo que consegue do centro delas.

Uma serpente cai com a cabeça explodida. Venim olha para seu corpo e vê a pele alva tornando-se vermelha devido aos buracos abertos em seu peito e abdome.

O xerife, zonzo, aproxima-se dela, estica a mão em direção ao rosto da mulher, pega-a pelo pescoço e pergunta rangendo os dentes: — Onde você enfiou a minha estrela?

Sorrindo, a francesa responde com seu último fôlego: — Tout casser! Casse tout mon cher!

Ainda segurando o pescoço da mulher morta, Wayne se pergunta que diabos ela quis dizer. Ele ouve um tipo de assovio e, ao olhar para o lado, depara-se com a píton-real descendo do teto para seguir a última ordem de sua tutora (Quebre tudo! Quebre tudo, minha querida!).

A cobra começa a envolver o xerife que dispara sua arma e percebe que gastou balas demais com Dimitri, Venim e as cobras menores.
 

Texto Anterior Próximo Texto